quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Eu amo, tu amas, ele se ama

Carlos amava Flávia, que amava Diogo, que amava Camila, que amava Fernando, que amava Carolina, que amava Lucas, que amava Vitória, que amava Wagner, que também era amado por Ana.
Wagner achava que amava Letícia, que até então estava de fora na história. Mas a verdade é que ele amava o conceito de amor, simplesmente porque se amava tanto que aquilo não cabia dentro de si.
E já que Letícia mal lhe dava bola, Wagner, que se amava tanto que não poderia ficar sozinho, ficou com Vitória. Vitória ficou feliz. E amou, achando que também era amada, mas a verdade é que o que via nos olhos de Wagner era seu próprio amor espelhado no brilho da vaidade.
Nesse meio tempo, Carlos resolveu casar com Camila, que esqueceu Fernando, e ele, que já não agüentava mais levar fora da Carol, ficar com Flávia. Carol desistiu de tudo e foi morar na Europa, enquanto Lucas e Diogo, que estavam sozinhos até então, sairam do armário e assumiram seu relacionamento de alguns anos já.
Assim, mesmo que só vivendo de aparências, todos estavam bem. Ninguém ficou com quem realmente queria, mas afinal, o que importa mesmo é ser amado.

E Aninha? Ah, essa ficou mesmo sozinha...

3 comentários:

Vanessa disse...

soco no estômago.

ainda estou sem ar.

- talvez porque não queira respirar.

mas doeu de verdade esta tonalidade que há tempos não via em textos. não é questão nem de pessimismo. mas de desesperança.

saber ser inteiro é complicado, por mais ridículo que possa parecer. saber ser completo sozinho é mais difícil ainda. já aprendi a lidar com minha sózizao, mas não ainda com a solidão.

mas para aninhas de todo o mundo, sempre existem consolos (e não, não estou falando de objetos fálicos). às vezes vc se conforta em vc mesmo. e, diga-se, é o melhor tipo de refúgio.

Vanessa disse...

Lembrei agora relendo teus textos:
adoro o que escreve. nunca comentei isso. receio que muito do que penso nunca chegue efetivamente a por em palavras. hoje porém me vem uma necessidade de dizer, de falar, de declarar. gosto de sua escrita, tatê. porque dá uma vontade imensa de conhecer quem seleciona estas palavras (mesmo que não escolhidas), e transborda este sentimento X, sendo X qualquer coisa a não ser coisa pouca.

Anônimo disse...

Ciranda cirandinha vamos todos cirandar.

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. (...)
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."