segunda-feira, 9 de abril de 2007

O poder

O que é, enfim, o poder?! Será ele o controle que, dizem, a Globo tem sobre a nação brasileira? Será ele o que faz seu chefe ser o chefe? Será ele aquilo que te faz dizer 'sim, senhor' para o seu pai, mesmo sabendo que ele está errado?
Ou será ele aquilo que cada brasileiro tem nas mãos quando vota no BBB? ...
Sim... mais um BBB acabou. Dps de meses de brigas, festas, bundas, intrigas, bebida, beijo na boca, mão boba, carinho, lágrimas e tudo mais que um reallity show (de qualidade, não me importa o que digam) merece, um saiu com 1 milhão de reais (o dito bonzinho, o dito apaixonado), a bonitinha, porém mala ganhou o segundo lugar (que com ctz seria da Siri, se ela não tivesse ido pro paredão com o Alemão).
E você deve estar se perguntando, enquanto aproxima seus dedos das teclas alt+F4, e daí? E daí que passei todo esse tempo assistindo e torcendo, como tantos milhões de brasileiros. Não votei, simplesmente porque tinha preguiça, mas torci a cada domingo por um paredão com o 'eixo do mal' e a cada terça-feira, pra que o triangulo continuasse na casa.
E daí, que como milhões de brasileiros, eu também gosto dessa sensação de poder nas mãos e, como milhões de brasileiros, eu sei que a vida daqueles seres que ficou tanto tempo exposta, daqui a uma semana, já não me importará!
E qual a lógica de escrever um texto sobre isso? É dizer simplesmente que o sucesso do programa não se deve ao fato de podermos fuçar na vida alheia sem limites - não que não gostemos disso, mas já temos o orkut que nops poupa de ficarmos acordados depois do Fantástico - mas sim o poder de decidir pela vida dos outros. É o poder que nos faz gostar.
Não vou discutir aqui a qualidade do programa, não que eu ache que é ruim, eu realmente acho que é tão interessante quanto novela ou futebol. Quero apenas mostrar que o poder nos faz julgar e decidir ao nosso belprazer, com um senso de justiça induzido pelo que nós queremos ver.
Ninguém queria que a Siri saísse, não porque ela era boazinha, mas porque ela era fofa e não foi pro edredon com o Alemão na primeira (nem na segunda, nem vez nenhuma).
A única coisa que nos prende na frente da tevê pra vermos BBB é aquilo que mal reparamos que gostamos: decidir pela vida dos outros, porque é muito mais fácil do que decidirmos pela nossa própria.

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"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. (...)
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."