Lá vem a verdade...

É, pois é. Acontece nas melhores famílias. Um dia a verdade bate à porta e o que podemos dizer? Verdade, oh, minha velha amiga, já que está aqui, por que não senta? Vamos tomar um chá e comemorar sua volta com um brinde à solidão.

E ela bateu. Eu, que agora já não sei escrever meias verdades, abri a porta a ela e vim dizer aos meus leitores (??) que não sei mais brincar de faz-de-conta. Vim contar que a Tati que sonhava agora já nem dorme e que isso não me entristece.

Um brinde à ela, então. Um brinde a ela, de quem fugi por algum tempo, pra quem menti e pra quem me declarei.
Um brinde à ela, que agora me toca novamente a face (ou seria um tapa?) e me mostra que o mundo lá fora é muito mais do que textinhos sobre coisas que nunca serão.

Pois é. Olha lá fora, minha cara. Veja o mundo cinza que você tentou pintar, de rosa talvez? Olha lá fora e vê a dor e o sofrimento. E você não vai chorar, pq sua dorzinha burguesa e romantizada é pouco. Guarde-a aí dentro e espia os outros ao teu lado.
Não fique chateada comigo, minha amiga, só venho te mostrar que mesmo amarga, ainda sou melhor que a ilusão.
Ela se fez de sua amiga e só te trouxe falsas esperanças. Fez festa na sua casa, trouxe histórias, fadas, duendes e finais felizes, mas para que? Quando a festa acabava, era você que tinha que limpar a bagunça.
Pois bem. Agora já chega. Volte ao mundo que te pertence, esse mundo cinza e sem chuvas. Pq a chuva é apenas para quem tem motivos (e eu digo bons motivos) pra saber o que é sofrer.

E é por isso que digo que acabou. Nada de ameixas, sonhos, fins ou recomeços. Volto a ser eu como sempre deveria ter sido. E que a verdade não vá embora. A festa da solidão está só começando....