quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Da vida como ela é

Por algum tempo, quase me esqueci o porquê do nome desse blog. Quase me esqueci também de tantas pequenas coisas que nos são importantes, como o prazer de um abraço, de segurar forte na mão de alguém, de se deixar amar...
Mas me prenderei apenas na chuva na minha janela. Fazia muito tempo, apesar do tempo chuvoso dos últimos dias, que eu não me lembrava dela. Talvez porque eu estava tão ocupada pensando no quanto eu estava ocupada que nem me lembrei que poderia, entre pensar e estar, olhar pra fora.
Pois é, mas a vida sempre nos lembra que existe um mundo depois desse vidro emoldurado. E lá, se fizermos um pequeno esforço pra nos lembrarmos, existem gotinhas geladas lindas, que caem pra nos poupar da tristeza de uma vida seca (em todos os sentidos).
E hoje, talvez porque eu tenha acordado p*** da vida (acordei 1h30 mais cedo que o comum), tenha entrado nesse escritório cinza e triste e, após algumas horas da mesmice da minha vida igual, eu lembrei que fazia muito tempo que eu queria baixar uns sambas. Pois é, baixei. Aí, depois de cantar mentalmente alguns clássicos, olhei pela janela.
As nuvens estavam muito simpáticas e, entre o segundo de olhá-las e o de lembrar que esqueci meu guarda-chuvas, eu consegui! Lembrei daquele cheirinho característico, aquele que tanto amo: lembrei do cheiro da chuva.
Pois é... agora estou feliz, mesmo com fome, sem dinheiro, com pressa, cheia de coisas pra fazer e sem guarda-chuvas. Estou feliz porque posso ver o vidro molhado e chuva e lembrar de todas as pequenas coisas gostosas do mundo.
E, se lembro bem, existem muitas coisas a lembrar. Palavras, gordisses, abraços, beijos, amores, silêncios, conversas de carro, chuva na janela...

É... a vida é mesmo uma caixinha de surpresas....

7 comentários:

Vanessa disse...

prezado (a) sr.(a),
venho por meio desta pedir permissão para que eu exponha um pequeno comentário egoísta.

agradecemos desde já sua compreensão,

vanessa egoísta akiko




engraçado como os dias têm passado por mim. essa semana se passou e os fatos se misturam e se amontoam. mal posso distinguir terças de quartas, ou quintas de sábados. sei que todos esses dias passaram meio que iguais e todos eles choveram. mas foi ontem, patequinha, somente ontem que eu senti a chuva, assim como você. engraçado porque mesmo após esses poucos meses que a gente se conhece, a identificação é tanta que me espanta.

não sei se a vida anda corrida demais para prestarmos atenção nos detalhes, ou se os fatos tornaram-se pesados demais, supérfluos demais, tristes demais. mas uma certeza tenho: sempre haverá algumas pessoas que te querem bem, independentemente da situação e tempo. pois, cara, não há coisa mais bonita do que perceber o quanto você gosta das pessoas e que isso é recíproco e que você percebe isso por gestos que poderiam ser considerados pequenos mas que, para mim, tem valor fundamental - tipo balas de coco, sabe?

não se preocupe se às vezes a chuva tem passado meio indiferente para você. corremos, vivemos e ñ raro esquecemos de sentir. mas aí hora ou outra vem aquela realidade boa que te faz querer acordar todos os dias com aquele princípio de sorriso nos lábios. e isso faz qualquer chuva que não tenha sido notada ter valido a pena.

te gosto, pateca.

muitãozão.

beijos!

ps: obrigada por tudo.

Fernanda Braite disse...

Queria estar inspirada pra escrever, como você. Mas estou muito ocupada pensando no quanto estou ocupada (amei a frase, e vou fazer a minha típica carinha de Gato do Shrek para usá-la sem pagar direitos autorais).
Nesses dias de chuva, não parei pra olhar as gotas na janela. Me arrependo por isso. Ando me arrependendo de muita coisa, ultimamente. Hoje, me arrependi por estar comendo um bolo de chocolate sem estar com fome. Detalhe: me arrependi no exato momento em que comia o bolo. Acabei dando metade do pedaço para alguém do trabalho.
Não olhei as gotas brilhantes na janela, mas apreciei a chuva que caía. Não sei porque raios, mas chuva me deixa feliz, bem mais do que dias calorosos e mormacentos. Sinto falta de tomar um bom banho de chuva, daqueles que molham até a meia! O verão está próximo, e espero que eu possa fazer isso em breve.
UM BEIJO PARA A MINHA TATIANE PREDILETA!

Camila disse...

caramba, mas fazia O tempo que eu não entrava neste blog. aliás, ando meio desligada deste mundo ultimamente. sei lá, me veio tanta coisa na cabeça qdo li este post, correira, vida moderna, o como a gnete gosta de reclamar da vida, o quanto a gente gosta de gostar de reclamar da vida, o estar sempre ocupada e gostar disso de uma certa forma, pensei também no socialismo vendo esta rosa vermelho aí do lado, o quanto as pessoas se encontram e desencontram...
enfim, pensei em tantas coisas (e vc agora lá em salvador, ô delícia!) que senti muita preguiça de ordená-las e expliá-las e linká-las. preferi colocar tudo assim meio que jogado, desencanando da gramática.
só preciso dizer que fiquei lisonjeada pela referência às conversas de carro. olha, se tem algo que tem valido a pena neste ano tem sido isto: as conversas (ou não-conversas) de carro.

Vandson disse...

Conversas de carro.
Aham.
Mó bom...

Tatiane Ribeiro disse...

Cara srta. Akiko: após consultar nosso departamento de Comentários, resolvemos conceder espaço ilimitado para desabafos de qq nível. Obrigada.

Detalhes: adorei saber que a chuva intriga mais pessoas do que eu supunha, que nossa terapia de grupo no carro ajuda a mais gente e que esse blog é louco e põe marcadores SOZINHO! hahaha

Vandson disse...

Sabe o melhor cheiro do mundo?
Auqele cheiro que sobe quando a chuva toca o asfalto quente, em dias de calor insuportável, que a chuva desaba.

Vanessa disse...

Eu ainda prefiro cheiro de manga, daquelas bem redondinhas e vermelhas.
Me lembram infância.
(e desculpa, mas eu sou quase do interior e gosto de cheiro de terra molhada, apesar de ser ultra mega hiper blaster clichê. Desculpe-me, acordei comum hoje rs)

Se bem que todos esses cheiros estão repletos de momentos. Deve ser por isso que são tão bons.

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. (...)
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."