segunda-feira, 2 de junho de 2008

Do que os homens gostam

Sou amiga dos homens. Pois é. Desde a 6a. ou 7a. série, passei a andar mais com os meninos. Deve ser essa minha parte meio muleca ou o fato de que eles são mais sinceros e interessantes (estudar em escola particular é viver perto de garotas tom pastel).
E eles sempre me disseram que não aguentavam esse joguinho das meninas tom pastel, que se preocupam mais com que os outros vão pensar do que com qualquer outra coisa do mundo. Elas, normalmente as populares, tem uma reputação que, para elas, vale mais do que qualquer outra coisa.
Quando cresci um pouco mais (não muito, sou baixinha), meus sinceros amigos homens passaram a me dizer que essas garotas, as tais tom pastel, serviam apenas pra pegar. Uma noite, sem compromisso, onde eles pudessem usá-las e não ouvir seu papo sobre suas unhas, seus cabelos e sua rotina academia-cabeleireiro-balada. E que eles procuravam loucamente por uma garota como eu, diferente, ousada, que dissesse o que pensa, que tava pouco se fudendo pro que os outros iam pensar.
E esse discurso continua mundo a fora. Já se passaram alguns anos, mas ainda hoje, seja na mesa do bar ou em conversar descontraídas na porta da faculdade, ainda ouço esse papinho de fuder sobre a diferença entre as tom pastel e eu.
Pois é. Posso distigüir muito fácil nossa diferença. As garotas tom pastel são aquelas bonitinhas, que estão sempre com a cor da moda, que sabem exatamente qual é a tendência da estação, estão sempre com o cabelo arrumadinho, as unhas feitas, etc etc etc. São elas que estão sempre falando sobre todo aquele blábláblá que os garotos dizem não agüentar. E também são elas que ligam para os seus namorados na hora do futebol para discutir a relação.
Já eu sou aquela que acompanha a galera pro bar, pega a primeira roupa do guarda-roupas, faz as unhas quando dá na telha, fala aquilo que pensa, e adora futebol.

Mas hoje eu percebi qual é a principal diferença entre eu e as tom pastel: eu sou a amiga perfeita. Elas, as namoradas que eles levam do lado. Eles me ligam pra ir tomar uma cerveja ou ver o jogaço de futebol. Pra elas, eles ligam pra dizer que amam. E é nelas que eles pensam quando estão sozinhos, precisando de carinho. Enquanto eu sou aquela que vai ouvir o quanto eles sentem falta delas.
É claro que existem exceções. Conheço garotas parecidas comigo que namoram. E também não desprezo aquelas que namoras, que são desse jeito que eu citei.
A grande questão é que eu passei a vida inteira ouvindo que eu deveria sempre ter a minha opinião, que tinha que ter atitude, ser confiante. Aí, de repente, eu ouço que "sou confiante demais".
E é nela que ele está pensando agora, pq ela é tudo que eu não sou. Tudo que ele quer que ela seja. E é pra mim que ele conta o quanto ela é especial.


Se alguém puder por favor explicar a parte dessa história que eu perdi, eu agradeço imensamente. Ainda não entendi porque a garota "legal, divertida, etc" (já ouvi isso mtas vezes) está aqui, sozinha, de madrugada, tentando entender o sentido disso, enquanto as "sem graça" estão dormindo acompanhadas, com carinho, por um cara que achou o amor da vida dele (ou pelo menos ele acha isso).

"Hey, não é por mal, mas eu não sou assim, não ri de mim, não sou normal, nem todo mundo é igual".

E foda-se essa história de ímpar perfeito. Quero saber quando eu vou ser mais que a amiga que todo adora.

"E nessa história, baby, eu não quero ser seu amigo"

Um comentário:

Unknown disse...

Quer ser minha amiga? Podemos enquadrar uns "filósofos" por aí quando você quiser!

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. (...)
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."