sexta-feira, 16 de março de 2007

A velocidade...

Não quero viver esperando pela morte. Viver como se hoje fosse meu último dia. Que tipo de irresonsável eu seria em agir como se não houvesse amanhã? Viver um tudo em um dia? Há muito mais do que um dia para se viver...
Também não quero viver como se tivesse uma vida inteira pela frente. Que tipo de acomodada eu seria? Viver como se sempre houvesse um amanhã para fazer aquilo que tem que ser feito, para viver o que tem que ser vivido...
A vida é muito mais que isso. Ela é muito mais que uma eterna espera por um amanhã que nunca chega. Um 'amanhã eu peço perdão' ou 'amanhã eu digo o que eu realmente sinto'. Amanhã pode ser tarde demais...
Mas ela também é mais que esse medo da morte que nos faz querer viver tudo de uma vez, sem respirar, sem sentir, sem saber o que aquilo realmente é... Viver o hoje como se a morte sempre estivesse a nossa espera significaria, de certa forma, não viver o hoje. Seria apenas passar rapidamente por tudo que gostaríamos de viver, sem parar para sentir o cheiro da chuva, apreciar um belo sorriso, trocar olhares, amar de verdade, dormir ouvindo músicas 'bregas' que todo mundo ama, ver a chuvar cair na janela... Hoje pode ser cedo demais...
Não vou esperar pela morte sentada no sofá, sem ter feito nada. Não vou disperdiçar a vida vivendo tudo, mas sem intensidade... Quero viver cada momento, quero sentir a brisa bater no meu rosto (sim, a brisa... mesmo clichê, a brisa continua sendo um dos prazeres inexoráveis do ser humano)...
Não vou viver também esperando a vida eterna... Porque, no fim, qual a graça de saber que sua vida será eterna? Um eterno amanhã para fazer tudo aquilo que se tem medo de fazer hoje? O um eterno amanhã para, enfim, ver um pôr-do-sol na beira da praia...?
Não quero esperar. Não quero me apressar... então... qual será a velocidade perfeita?

Um comentário:

Anônimo disse...

Não existe velocidade perfeita... temos que ir alternando entre a 5º marcha e marcha lenta ; ) Belo Texto!!

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. (...)
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."