quarta-feira, 9 de maio de 2007

Tudo que um filho já sabe...

Ando pensando a alguns dias sobre o significado da palavra MÃE. Datas comemorativas sempre tem esse poder sobre mim (mesmo que eu saiba que são datas comerciais. Dia de mãe, mãe de verdade, é todo dia!).
Mas continuo pensando.
E meu pensamento voa tão longe (nesse caso, a longa viagem de ônibus usp-casa me causa esse estado de briza) que não consigo chegar a nenhuma conclusão.
Chego no meu ponto (hora de descer).
O metrô sempre me deixa mais objetiva, acho que sou influenciada demais pelo lugar onde estou.
E vem o pensamento besta: 'para poder descrever mãe, comece pela sua!'. Claro, a parte pelo todo.
Minha mãe. Loucura. Risada. Conversa. Café-da-manhã. Noite em claro quando tem balada. Abraço. Beijo. Omelete quando não tem comida. Filme no sábado a noite. Brigadeiro. Praia. Bonita. Magra. Compreensão. Diálogo. Ligações periódicas quando menos se espera. Confissões. Lágrimas. Confiança. Carinho. Colo. Aprendizado. Apoio.
Aí fiquei lembrando de todos os momentos maravilhosos que passamos juntas. Viagens, conversas, bobagens, brincadeiras (mesmo as mais sem noção!), cinema. Mas as lembranças mais legais são as mais simples. Aquelas bobas que de vez em quando vem na cabeça. Como quando ela me chama para dormir na cama dela. Ou quando a gente se olha (e só se olhando já disse um mundo de coisas).
Tentei lembrar das coisas ruins. São poucas. Não porque ela erre menos que as outras pessoas, mas porque mesmo quando ela faz merda, ela consegue me fazer rir no final (ela sempre consegue!).
'Não é possível!', pensei, 'mães não são perfeitas, tenho que achar os defeitos! Chega dessa melação!'
Choro. Como as mães choram. De alegria, de tristeza, de decepção, de angústia, de emoção, de filme blockbuster e, é bom darmos ênfase a esse E, de chorar. Mãe tem que chorar, senão não é mãe, é chocadeira.
E a minha mãe é mãe. É mãe que chora com abraço (tudo bem, é a TPM), que chora com as besteiras que faço (mas mesmo assim me ama, só mãe mesmo!), que chora assistindo Quatro Amigas e um Jeans Viajante (eu também chorei, mas isso não vem ao caso).
Mas minha mãe é mãe. E irmã. E vizinha. E palhaça. E mulher. E menina. E criança. E séria. E engraçada. E boba. E feliz. E me faz feliz. E amiga. E é aí que ela é especial.
Por no mundo é fácil, qualquer um consegue (vide o alto índice de gravidez na adolescência). Mas por no mundo, educar, amar e, acima de tudo, ensinar na prática o verdadeiro dom e poder da amizade, aí o bicho pega. Aí é pra poucos (ou poucas, né?).
Aí é pra MINHA mãe!

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"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. (...)
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."