segunda-feira, 7 de maio de 2007

O que o espelho me revelou

Por que ligamos tanto para a aparência?! Pergunto isso não numa tentativa ridícula de me desvincular dos esteriótipos ligados à ela, mas sim porque ontem, ao invés de ler o texto que deveria ler para hoje (texto esse ainda não lido!), fui fazer as unhas... Hoje, coloquei a chapinha na bolsa e disse 'quando tiver um tempo no escritório, dou um jeitinho no meu cabelo'. Na hora do almoço, enquanto pensava nas mil coisas que eu tinha (e tenho) pra fazer, me peguei olhando para o espelho, arrumando a roupa, o cabelo, dando aquela olhada básica pra... bom, enfim... e então pensei 'porra, por que eu ligo tanto assim pra minha aparência?!'

E ligar pra aparência não é só essa vaidade desacerbada não. Digo aparência em todos os sentidos. Julgamos as pessoas o tempo todo, sem nem ligar para o que elas são, porque estamos muito mais preocupados com que elas aparentam ser.

Quando conhecemos alguém, a primeira coisa que nos perguntam é: 'e aí, como Fulano é?' e logo respondemos, natural e automaticamente: 'ah, é bonito, moreno, não muito alto......'
Por que nunca falamos logo de início: 'Ah, é simpático, inteligente, meio desligado, mas muito culto!'

E é sempre assim que as coisas funcionam. Nos preocupamos em ficar com os mais bonitos, conversar com os mais 'normais', ter amigos que mostrem o quanto todos nós somos divertidos, mas sempre pela aparência. Quando ficamos com um feio, logo vem os comentários: 'ih, esse foi pra não zerar' ou 'ah, mas até que ele era simpático, vai!'
Usamos o interior como desculpa, não como causa principal.

'Cansei de ser sexy'! Outro dia ouvi uma música dessa banda. Não conheço muito dela, mas o que mais marcou foi o comentário do meu amigo 'é engraçada a irônia, porque, meu, quem cansa de ser sexy?'
Ninguém. Ninguém cansa de ser bonito. E essa corrida maluca por ser o mais, não o mais culto, legal, divertido, inteligente. Não. O mais bonito, gostoso, sarado, magra, etc.

Pelo menos ainda estou no estágio normal da vaidade.
Só temo quando chegar o dedo na garganta... Talvez não para mim, mas com certeza para muitas garotas que eu conheço...

Aos homens, só restará, nesse mundo de aparências, tomar bomba e abrir mão do sexo!

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"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. (...)
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."