quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Na pequena praia, apenas o azul do mar...

Nota da autora: Hoje não vou tentar mudar o mundo com minhas palavras, nem vou tentar botar pra fora todos aqueles pensamentos que pulsam no decorrer do meu dia. Hoje, serei um pouco 'escritora', quase acreditando em contos de fadas...
"Ela entrou, e eu estava ali, ou será que fui eu que ali entrei sem se quer pedir a menor licença.
Ela: Alô? e eu não reagi, com os olhos olhava o que eu lembrei quando estava indo em outra direção"
Ela, sentada, fechada em seus pensamentos tão distantes, nem notava a sua chegada, enquanto ele se aproximava, meio tímido, meio sem saber o que dizer. O que mais poderia ser dito?
Tentou um oi, e ela, como se voltasse de uma viagem distante, olhou-o com carinho, procurando em seus olhos algo que parecia perdido. Sabia muito bem que não conseguiria dizer tudo o que queria (e será que ela tinha esse direito?), então só olhou.
Ele, fugindo daquele olhar que parecia saber cada pensamento, cada deslize, cada desejo, olhou para a mão dela, e perguntou-lhe banalidades. Mas ela sabia que ele queria saber muito mais. Ele queria saber o que passava em sua cabeça confusa, enquanto ela o olhava. Mas isso nem ela sabia.
Sem saber mais o que dizer, e talvez com medo que seu disfarce fosse, enfim, descoberto (mas não era extamente isso que ela queria?), ela olhou vagamente para o nada, na esperança paradoxal que ele fosse embora ou...
E ele a beijou. Primeiro tocou suas mãos, mostrando toda a docilidade que o amor pode nos reservar. Fê-la levantar lentamente, enquanto olhava nos seus olhos e descobria seus segredos, aproximando-se de maneira leve, tocando-lhe os lábios ávidos em uma velocidade diferente. Ele não era como os outros. Enquanto se beijavam, ele pensava o quanto aquilo era perfeito, o quanto ele sabia que ela era a garota certa. Pra hoje, pra sempre.
Ela voltou seu olhar para ele, enquanto ele dava uma desculpa tímida pra ir embora. Ele tinha entendido o recado. Mas será que ele não sabia que os seus sinais eram exatamente o inverso do que pareciam? E enquanto o via andar, com seu passo seguro, ficou imaginando por quanto tempo havia se perdido em seus sonhos infantis, e por quanto tempo aquilo seria apenas sonho...
(e ele, enquanto saia dali o mais rápido que podia sem se fazer notar, pensava o que havia feito de errado, será que ela nunca o notaria? O quanto dela já havia dentro dele? E por que, então, ele não conseguia dizer a ela tudo o que queria, anquanto tocava suas mãos?)
"Ela me olhou, quem? Quem sabe com ela eu veria as tardes que sempre me passaram como imagens, como invenção.
Se eu não posso ter, eu fico imaginando, eu fico imaginando..."

2 comentários:

Fernanda Braite disse...

Eu sou o primeiro pensamento alheio? Ora, vejam só...

Não tentar mudar o mundo e apenas criar o seu próprio, ou tentar viajar em imaginação e "contos de fadas" é uma das melhores coisas que existe. E como não perceber a magia do seu texto? Impossível.

"A expectativa do beijo é melhor do que o beijo em si", disse uma certa Tati, um certo dia. Será? Lendo esse texto, a vontade que dá é a de um beijo, e não de uma expectativa. De expectativas, nos saturamos todos os dias. E de beijos?

Não, esses estão guardados no desenho dos lábios de quem pensamos...E imaginar lábios é uma das melhores expectativas que existem!

Um beijo enorme, Tati! (não vem levar pro lado lesbiânico da coisa, não! Depois de todo esse discurso sobre beijos e tal, bem capaz que a senhorita pense besteira... HAHAHAHAHAHAHA)

)borbas( disse...

PROMOÇÃO: Compre um e leve dois comentários!!
rererere

1º: do seu texto...vi toda a cena só que em gêneros opostos...engraçado, né? Meio freudiano o jeito que você escreveu ou será que a camiseta dEle era azul, como na pequena praia? Ó dúvidas...
2º é divertidíssimo quando alguém comenta no meu blog )é raro encontrar pacientes( e ainda mais quando comentam SOBRE o texto. Maravilhoso, me enche de alegria!!
Mais gosotoso ainda: só você conseguiu me mostrar o lado kafkaniano do meu texto...só você o trouxe ao subjetivismo carnal...
)Aí vai um segredo: meu texto não é uma crítica ao cinema )mas poderia ser(, mas um elogio à arte, natural. Isso é em off...ninguém mais pode saber!(

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. (...)
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."